quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Justiça é...

Aqui vai uma frase de impacto, peso e tudo mais, incluindo polêmica.

Há muito que todos falam em justiça e que os estadunidenses vivem atirando a demagogia para lá e para cá. É incrível mesmo como a classe média costuma ser a mais irritante, principalmente quem lê VEJA. Quem lê VEJA costuma ter as opiniões mais ridiculamente embasadas e insustentáveis diante do menor esforço argumentativo, mas não é este o foco.

Quando eu digo muito tempo eu estou dizendo meio que desde sempre. Meio porque não é possível saber ao certo o que se passava antes da escrita, mas eu tenho forte crença que justiça é um tema até entre as matilhas de lobos na Sibéria (se houver).

Lembro bem quando um grande amigo meu que era meu colega de faculdade de direito, após ler Kelsen, contou-me pasmo que o cara estava errado e que não era possível conceituar justiça. Kelsen dizia que justiça era garantir a cada um o que lhe pertence. É fácil notar porque meu amigo estava pasmo. Kelsen mesmo não acreditava muito nisso. Ele escreveu o que escreveu para acalmar a ascendente burguesia industrial após as revoluções, mas, novamente, este não é o foco.

Afinal que coloco aqui o que é justiça por enquanto (até eu mudar de ideia).

O que é a justiça?

Justiça é a manutenção da capacidade de desenvolvimento da pessoa.

Esta pede maior explicação, através do corolário.

Somente há justiça quando ausentes os resultados da ingerência externa sobre a vontade da pessoa.

O que pode ocorrer no sentido inverso.

A justiça é restabelecida sempre que se retorna, ou se aproxima, do estado das coisas antes de uma ingerência externa sobre a vontade da pessoa.

O que nos leva a um outro corolário.

A democracia é inerentemente injusta no âmbito pessoal e justa no âmbito social.

Isso por razões evidentes.

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