quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Temos que ensinar às crianças o que é certo e errado.

Vou começar direto pelo ponto. Não existe certo nem errado. Todos os valores são relativos ao estado do conhecimento disponível.

De vez em quando eu escuto uma pessoa dizer que as crianças precisam aprender o que é certo e o que é errado desde pequenas. Eu raramente quero entrar em discussões porque não tenho paciência com quem eu, na minha prepotência, entendo que é muito ignorante, embora eu tenha me esquivado de algumas discussões com meus amigos por querer evitar que eles percam a paciência comigo - na minha prepotência. Algumas vezes eu gostaria. Me sinto absurdamente frustrado com frases como estas. Talvez eu devesse jogar minha frustração de volta a quem me causa, mas acho que isto seria insensível e egoísta da minha parte. Eu prezo o fato de que cada um tem a capacidade de formar sua própria opinião, apesar de poucas pessoas formarem.

A questão é que a teoria de que certos valores que compreendem condutas certas e erradas são absolutos não se sustenta. Isto pode ser demonstrado pela simples mudança de valores comumente aceitos no tempo. O próprio homossexualismo - fato comum na classe dos mamíferos - primeiramente era aceito e incentivado por algumas civilizações clássicas, depois passou a ser rejeitado pelas civilizações médias, e por fim está voltando a ser aceito, embora ainda seja alvo de preconceito amplo. Territorialmente também há uma clara divergência de valores que dizem respeito a certo e errado. Até mesmo mudanças de humor extremas ou uma grande frustração podem mudar os valores ou torná-los relativos.

O que leva as pessoas em geral a acreditar que há um núcleo de valores universais absolutos que todos devem conhecer e respeitar é o medo de que sem isso não haja segurança para as atividades do cotidiano, que se instaure o caos. Um medo válido, porém infundado. Os valores são relativos apesar das crenças de absolutismo moral. Nem por isso a sociedade é caótica. As relações se apoiam em alguns valores em comum e na necessidade mútua. Os valores em comum não precisam sequer existir se a necessidade for suficientemente forte para que as pessoas se relacionem produtivamente.

No nível pessoal é importante saber que não existem certo e errado. A vida é repleta de situações extraordinárias e muitas vezes a pessoa se vê no que seria uma exceção às regras de conduta, do certo e do errado. Ao acreditar nestes valores como absolutos a pessoa entra em inevitável conflito do que ela quer fazer e do que ela pensa que é certo fazer. Este conflito geralmente leva a pessoa a pensar que possui uma falha de caráter, um defeito em relação aos outros, já que deseja o errado. Tal conclusão pode levar a sofrimento desnecessário e é o que eu vejo acontecendo muitas vezes.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pensar Estadunidense

Duas coisas devem ser ditas que ninguém tem coragem, eu imagino. Eu tenho.

A primeira é a menos importante, mas por pouco. As duas tem muito em comum. São conclusões uma da outra, em qualquer ordem.

Estava tendo um sonho com chuva de meteoros devastando o mundo. Por alguma razão eu acordei e lembrei pessoas sendo decapitadas. Acho que o sonho se desviou para zumbis e eu imaginei que seria melhor usar espadas do que armas para matar zumbis. Zumbis são lentos e tudo mais.

Lembrei de um vídeo de uma pessoa sendo decapitada. Difícil de esquecer. Forte o vídeo.

Foi então que lembrei de uma notícia que vi ontem de uma mulher que foi decapitada por suspeitas de que era uma bruxa. Isso mesmo. Em algum lugar do mundo islâmico as pessoas estão matando outras pessoas por acreditarem em bruxas.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/12/111213_saudita_executada_bruxaria_fn.shtml

Eu não sei. Talvez eu esteja sendo muito radical. Eu penso que isso é completamente absurdo e que os Estados Unidos da América devem invadir esse lugar e levar a tal democracia pra lá. Podem explorar o petróleo e destruir tudo e depois fazer as pessoas de lá pagarem pela reconstrução. Desde que terminem com essa estória de decapitar pessoas por bruxaria. Fica a sugestão.

O que me fez pensar nas religiões em si. É triste na verdade. A maioria das pessoas que eu conheço são bem equilibradas apesar de serem crentes. Até este ponto tudo está ótimo. É só quando as pessoas se baseiam em crenças para machucar ou excluir as outras que eu fico deprimido.

O que precisa ser dito é o seguinte: a religião e as crenças divinas são fugas da realidade da vida. A vida não tem sentido. A vida não é justa. Na impossibilidade de se enfrentar estes fatos, ilusões são criadas que fazem a vida ser suportável. Nada contra. Só pra constar.

O budismo é bem legal. Eu acho válido. Não é uma religião propriamente.